Os hábitos bucais considerados nocivos são motivo de agitação na atmosfera familiar e despertam a atenção de todos aqueles que têm uma parcela de responsabilidade sobre a saúde da criança. Constituem, pois, objeto de estudo de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, odontopediatras e ortodontistas.
Em termos simples, entende-se hábito como automatismo adquirido, um comportamento que, tantas vezes praticado, torna-se inconsciente e passa a ser incorporado à personalidade.
Os hábitos bucais aos quais se atribui algum significado na etiologia das maloclusões são os hábitos de sucção (polegar ou outros dedos e chupeta); de interposição (língua, lábio superior ou inferior e bochecha); hábitos de deglutição atípica; de respiração bucal; e de respiração bucal; e de roer as unhas (onicofagia). A sucção de lábio ou de língua é também referida como causa de anormalidade de oclusão.
Os hábitos bucais são classificados , segundo o Journal of Dentistry for Children em:
* Hábitos compressivos: sucção digital; interposição de língua, deglutição; sucção de lábio; e hábitos posturais;
* Respiração bucal;
* Onicofagia;
* Bruxismo.
Os hábitos passíveis de fácil adoção e abandono nos padrões de comportamento da criança, à medida que esta amadurece, foram denominados “hábitos não compulsivos.”
Um hábito deve ser considerado compulsivo quando está fixado à personalidade, a ponto de a criança recorrer à sua prática quando sua segurança se vê ameaçada. Os hábitos compulsivos provocam grande ansiedade na criança, quando se tenta eliminá-los. Eles constituem verdadeiras válvulas de escape contra as pressões emocionais difíceis de tolerar.
Etiologias dos hábitos bucais
Um estudo da atividade de sucção em um grande número de crianças mostrou que há uma relação entre essa atividade, a linguagem e outras expressões da vida mental; daí a necessidade de fazê-la fácil e agradável. Se a sucção for exercida até os quatro meses de vida de modo completo e agradável, esse hábito começa a diminuir espontaneamente, quando a criança passa a desenvolver outras atividades, como vocalizar morder e utilizar as mãos.
Quando a sucção é facilitada e satisfatoriamente executada, percebe-se que a criança está alcançando o que deseja, independentemente da qualidade do alimento ingerido. A atividade da boca alivia a tensão psíquica e estabelece, de modo importante, a relação com a mãe. As nascentes sensações emocionais e sociais, assim como a percepção primitiva do “eu”, estão vinculadas a atividade bucal.
Fonte: Toledo,O.A; Bezerra,A. C.B.; Gama, F.G.V. Hábitos bucais indesejáveis,Capítulo 18 Livro: Odontopediatria: fundamentos para a prática clínica. 4ª edição, Editora Medbook,2012.
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