A educação em saúde oral deve começar à época do desmame , com orientação relativa a dieta – tanto no que concerne à cariogenicidade e a erosividade dos alimentos como no que tange à consistência destes para o desenvolvimento da mastigação adequada.
Os hábitos estabelecidos precocemente influenciarão o padrão futuro da alimentação: o consumo de açúcar iniciado precocemente é mantido durante toda a infância, o que leva a concluir que o padrão de dieta ligado ao desenvolvimento de lesões de cárie futuras pode já estar estabelecido aos 12 meses de idade. Dessa forma, a utilização de açúcar deve ser evitada nos primeiros 2 anos de vida.
O açúcar é o principal componente da dieta humana metabolizado pelos micro-organismos que produzem ácidos orgânicos e provocam a queda de pHdo meio bucal em torno do dente, levando ao desenvolvimento da cárie dental.
A cárie precoce na infância é um quadro de natureza multifatorial complexa, no qual o aleitamento artificial é um dos fatores determinantes, talvez o mais forte.
A sucção noturna de mamadeira é um hábito muito arraigado na população em virtude do conforto que proporciona aos pais – seja porque a criança se acalma, seja porque supre eventuais defasagens alimentares.É fato que aumenta em muito o risco do desenvolvimento de cárie na infância .
O ideal é que nessa fase a criança tome o leite acordada, tenha seus dentes escovados e adormeça sozinha permanecendo por toda a noite sem despertar.
Outro tipo de lesão que vem acometendo os dentes é a erosão dental, definida como a perda progressiva e irreversível do tecido dental duro decorrente de processo químico, sem ação bacteriana.
Os ácidos responsáveis pelo processo químico de erosão do esmalte dentário podem ser de origem intrínseca – regurgitação ou vômito, ou extrínseca – consumo excessivo de alimentos e bebidas ácidas.
Revisão sistemática sobre a prevalência de desgaste dental em crianças e adolescentes mostrou que o desgaste dental envolvendo dentina na dentição decídua variou de 0 a 82% em crianças acima de sete anos de idade, e de 0 a 54% na dentição permanente. Além desse resultado, o mesmo estudo revelou que a prevalência de desgaste dental na dentição decídua tende a aumentar com o avanço da idade, o que não ocorre na dentição permanente.
Fonte: Coutinho, L; Corrêa, F.N.P; Schalka, M.M.S; Corrêa, M.S.N.P– Consulta odontológica do Bebê e da Criança: a primeira visita ao Odontopediatra, capitulo 10 do Livro: Odontopediatria para o Pediatra; Editora Atheneu - 2013.
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