É na infância o período ideal para a aquisição de hábitos adequados de higiene bucal para o desenvolvimento de bocas saudáveis.
A odontopediatria tem um papel fundamental como promotora de saúde e incentivadora de atitudes que priorizam saúde, tanto por parte da criança quanto de seu núcleo familiar.
A placa ou biofilme dental são colônias bacterianas que se instalam nas superfícies dentais de forma estruturada e organizada.
O livre acúmulo de biofilme nas superfícies dentais pode levar à dissolução da esmalte dental, favorecendo a formação de cárie.
O controle do biofilme pode ser feito por meios mecânicos (meio mais seguro para a limpeza dental) ou químicos (com restrições).
Enquanto o bebê não tem dentes, não há risco do aparecimento da cárie e se estiver sendo amamentado com o leite materno, este não precisa ser removido, pois exerce um efeito protetor.
A indicação de limpeza da cavidade bucal do bebê desdentado com o uso de gaze ou tecidos embebidos em água filtrada pode ser realizada uma vez ao dia, após o terceiro mês, servindo como uma pré-adaptação aos cuidados de higiene bucal. Para esse procedimento, o bebê deve estar em posição de amamentação, sendo a limpeza feita com o uso de massageadores bucais, dedeiras de silicone, gaze estéril ou fraldas especiais envoltas no dedo indicador da mãe ou cuidadora do bebê.
Após a erupção dos primeiros dentes de leite formam-se nichos para o acúmulo de bactérias, tornando-se necessária a higiene com as escovas dentais.
A escova e o fio dental são os principais objetos de escolha para este controle. Os pais devem realizar a escovação de seus filhos até a idade escolar e, depois de 7 ou 8 anos supervisionar a escovação.
Na primeira infância as crianças ainda não possuem desenvolvimento motor suficiente para uma escovação eficiente. A limpeza com o fio dental, por exigir maior coordenação motora, deve ser realizada pelos responsáveis. A partir da adolescência com melhor coordenação, este pode se responsabilizar sozinho pela higiene oral.
As escovas dentais são designadas a diferentes faixas etárias e as escova elétricas, a não ser para crianças ou adultos com dificuldade motora, não obtém consenso em relação a serem mais eficientes que as tradicionais.
Para crianças que possuem alguma deficiência motora pode-se utilizar alguns artefatos que tornam os cabos mais anatômicos.
O dente possui cinco faces para serem limpas: a superfície oclusal, responsável pela mastigação, em que devemos fazer movimentos de vai e vem com a escova; as superfícies vestibular ( parte da frente do dente) e lingual (parte de trás do dente) que devem ser limpas, posicionando-se a escova a 45 graus entre a gengiva e o dente, fazendo-se movimentos de cima para baixo na arcada superior e de baixo para cima na arcada inferior; além de ser preciso escovar também a língua e a parte interna das bochechas. As faces laterais dos dentes são limpas com o uso do fio ou fita dental.
É indicado o uso de creme dental com flúor, prescrito pelo Odontopediatra.
* Lúcia Coutinho
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