É muito importante que a criança e a família estejam motivadas para o tratamento odontológico, seja ele de natureza preventiva ou curativa.
O tipo de abordagem e o momento para a realização do exame clínico, e posteriormente o tratamento, serão decididos pelo profissional.
Comportamento da criança
No enfoque preventivo, temos condições favoráveis em vários métodos de abordagem. A parte educativa inicia-se com a gestante, diminuindo a sua ansiedade e preparando-a para sua nova fase. Com a criança, podemos iniciar os cuidados aos seis meses, quando estabelecemos um vínculo com ela.
A criança “fácil” reage positivamente,é aquela que tem comportamento estável. A criança “difícil” reage negativamente a estímulos, a eventos novos, mudanças, novos alimentos.
O processo de adaptação é árduo, mas quando se adapta, fica feliz. Temos também a criança que não é negativa ao responder coisas novas, mas mostra uma resistência passiva, sendo considerada criança de condicionamento lento.
Independentes das características emocionais e comportamentais, todas obterão sucesso no tratamento quando assistidas por um bom profissional.
Se a abordagem for curativa, o tratamento terá o objetivo de restaurar a saúde bucal, reduzindo o número de bactérias na boca, com condições de realizar uma boa higiene dentária, diminuindo assim, o risco da doença.
Empatia com o profissional
O aprendizado da criança abrange segurança, confiança, curiosidade e comunicação, fazendo-se entender e ser entendida, pois muitas vezes ela se expressa de forma indireta.
A mãe deve estar atenta na comunicação do profissional com seu filho, observando se este reconhece as emoções da criança, se há empatia.
O profissional deve saber orienta e impor limites, sem banalizar ou criticar os sentimentos da criança.
Posições na cadeira odontológica
Até os dois anos de idade, a criança tem fortes laços emocionais e físicos com a mãe, sentindo-se segura com a proteção dela, que poderá ajudá-la numa contenção( no colo, corpo a corpo, ou de mãos dadas). Mas algumas crianças com dois anos são confiantes e tranqüilas e podem ser tratadas na própria cadeira
Dos três aos sete anos, a criança já sabe controlar as emoções e se expressa de maneira mais clara, conseguindo manter um relacionamento através dessa melhor comunicação.
É importante lembrar que alguns sinais como, por exemplo, perda de apetite, pesadelos ou queixas de dor podem ser sintomas de esquiva e fuga da consulta. O profissional deve estar seguro, porque posturas com falta de troca verbal e comportamento reforçam a idéia de que a situação é perigosa, e isso pode levar sofrimento.
Aspectos comportamentais
Os procedimentos educativos e preventivos, quando bem encaminhados, acabam por gerar a adesão da criança e dos pais ao tratamento. O resultado será o sucesso do programa de promoção de saúde bucal, não somente para o momento, mas também ao longo da sua vida.
Observa-se que o número de criança com medo diminuiu, dentro dos consultórios de odontopediatria, a partir do momento em que os bebês passaram a freqüentá-los . A explicação é que os bebês vão se adaptando gradativamente ao novo ambiente, no decorrer dos anos.
Podemos considerar normal chorar nas primeiras visitas dentro do consultório odontológico. Nessa fase, a criança não sabe se expressar e se comunica através de símbolos e comportamentos que representam palavras, como bater pernas, braços, choros, o que é até muito sadio dentro de tal faixa etária.
A criança não é estática, é dinâmica, tem muita energia. Para eles, ficar sentado numa cadeira de boca aberta é “muito”.Eles querem mais é brincar. Não relacionam causa e efeito, sabem que estamos olhando dentes, mas não entendem a razão.
Embora as crianças nessa faixa etária possam chorar, existem crianças que nos surpreendem com seu comportamento super tranqüilo.
Temos que entender, portanto, que não existe uma criança igual à outra, uma mente, personalidade, ou comportamento igual ao outro.
Logo, o profissional tem de ter conhecimentos psicológicos para conduzir o paciente com diferentes aspectos comportamentais nas mais diferentes idades.
Não só os pais educam e motivam seus filhos na saúde oral, como também os profissionais.
* Livro Saúde Bucal do Bebê ao Adolescente; Corrêa, M.S.N