Com o advento da industrialização, a chupeta tornou-se um objeto mundialmente conhecido e seu uso amplamente acessível à população, sendo que em muitos países é comum, cerca de 95%, dos bebês manifestarem esse hábito.
Além disso, os indivíduos das sociedades ambientais necessitam de praticidade, o que vem refletindo na educação das crianças, assim como nas mudanças sociais e comportamentais do ser humano. Desta forma, os pais vem recorrendo ao uso da chupeta de forma indiscriminada, apenas por comodidade dos familiares.
O uso da chupeta pode apresentar efeitos negativos sobre a dentição, a fala e, possivelmente sobre o desmame precoce. Entretanto, os pesquisadores têm se preocupado apenas com os efeitos da sucção não-nutritiva, particularmente em relação ao complexo orofacial e à satisfação psico-emocional da criança.
Poucos estudos têm sido direcionados a avaliação da contaminação das chupetas porém estes sugerem que a sua utilização constitui-se em um meio efetivo para o transporte de microrganismos podendo ocasionar o desenvolvimento de otite média, candidose, lesões de cárie, diarréia, contaminação fecal e parasitoses intestinais, entre outros.
As chupetas, na sua grande maioria, não são desinfetadas após a sua utilização, sendo apenas enxaguadas e secas.
Sabendo que na cavidade bucal existem inúmeros microrganismos, patogênicos ou não, as chupetas podem se tornar veículos de contaminação e transmissão de microrganismos em crianças. Até o momento, o microrganismo mais estudado como contaminante das chupetas é a Cândida albicans, por ser o agente etiológico da candidíase, uma doença infecciosa muito comum na infância. No entanto, sabe-se que outros microrganismos como lactobacilos e estreptococos do grupo mutans também podem colonizar o látex ou o silicone do bico das chupetas. Embora as mães tenham preocupação em relação à higienização das chupetas, pouca importância é dada á sua desinfecção diária.
Alguns autores observaram que 100% das chupetas de látex encontravam-se intensamente contaminadas por estreptococos do grupo mutans. Além disso, a solução de gluconato de clorexidina a 0,12 % borrifada sobre a superfície das chupetas, e a fervura em água em ebulição, por 15 minutos, foram eficazes na desinfecção das chupetas.
De acordo com a norma da Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT) de 2001, as embalagens das chupetas devem conter as seguintes instruções:
* Ferver a chupeta antes de usar e guardar em local seco e fechado;
* Não colocar laços ou fitas para prender a chupeta no pescoço, pois há o risco de estrangulamento;
* Examiná-la regularmente, jogando-a fora quando estiver danificada;
* Não mergulhar a chupeta em substâncias doces, para prevenir a cárie.
Um produto eficaz para desinfecção, de fácil execução, deveria também ser incluído nas instruções das embalagens, a fim de instruir os responsáveis durante a utilização das chupetas por seus filhos.
* Fonte: Livro: Odontopediatria- bases científicas para a prática clínica; Asseed, Sada