O conhecimento do crescimento e desenvolvimento craniofaciais, da oclusão decídua e das funções orais é importante para prevenir e detectar antecipadamente os possíveis desvios que podem ocorrer durante esta fase de desenvolvimento.
O tratamento preventivo consiste, basicamente, em orientações educativas, sendo interessante e ideal que o profissional da saúde tenha uma visão de tratamento integrado entre as varias especialidades envolvidas no processo de crescimento e desenvolvimento infantil considerando o pediatra, odontopediatra, homeopata, otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista e psicólogos, dentre outros.
Sabe-se que o crescimento dos maxilares é intenso no período compreendido entre o nascimento e o estabelecimento da dentição decídua, que ocorre por volta dos 3 anos de idade. As funções orofaciais devem estar equilibradas para favorecer o desenvolvimento harmonioso.
Entretanto, vários são os fatores que podem interferir neste equilíbrio desde tenra idade, como é o caso da amamentação ausente ou insuficiente durante os primeiros meses de vida.
Em decorrência disso, além das questões de saúde geral da criança alguns artifícios tornam-se necessários para suprir as necessidades nutricionais (mamadeira) e emocionais (sucção de dedo ou chupeta), mas com consequências para os sistemas psicossensoriomotor e oclusão dental da criança.
A função respiratória também pode ser afetada, pois a amamentação é um estímulo importante para a manutenção da respiração nasal, o equilíbrio da musculatura do sistema estomatognático e o desenvolvimento facial.
Outros fatores como os traumatismos dentários frequentes na infância, podem comprometer principalmente os dentes anteriores, afetando assim a primeira guia da oclusão: a guia incisal.
A perda precoce de dentes anteriores decíduos leva a instalação de hábitos indesejáveis, como é o caso da interposição da língua durante a deglutição (deglutição atípica e adaptada).
Estas situações, muitas vezes, demandam a intervenção do odontopediatra e do fonoaudiólogo, pois, além de levar a perda de espaço na arcada dentária para os dentes sucessores, podem acarretar em mordidas cruzadas posteriores e mordidas abertas anteriores.
As lesões de cárie de acometimento precoce na infância (cárie de mamadeira) geralmente acompanhadas por dor são fatores que prejudicam a função mastigatória, além de comprometer o equilíbrio do plano oclusal, quando há perda de estrutura dental.
Nessas situações podem ocorrer alteração da dimensão vertical , e a mastigação pode tornar-se unilateral, trazendo consequências para o desenvolvimento do sistema estomatognático.
Assim, o desenvolvimento de uma oclusão equilibrada do ponto de vista estático e funcional deve ser um dos objetivos dessa fase de desenvolvimento, favorecendo a atrição fisiológica para estimular o crescimento dos maxilares.
* Livro Ortopedia e Ortodontia; Chedid; S.J; pág 195
“As informações e sugestões contidas neste site têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e o acompanhamento de Odontopediatria, Ortopedia Funcional dos Maxilares, Ortodontia, Fonoaudiologia, Nutrição, Psicologia, Pediatria e outros especialistas”