A atual epidemia mundial de obesidade vem apontando o aumento de peso das mulheres em idade fértil e consequente aumento no ganho de peso gestacional.
Dados do IBGE apontam excesso de peso em 36% em mulheres entre 25 a 34 anos e 45,7% entre 35 a 44 anos.
A indicação de ganho de peso gestacional é individualizada e leva em conta o IMC pré-gestacional.
Baseado no estado nutricional da mãe antes da gestação (baixo peso, peso adequado, sobrepeso ou obesidade), existem recomendações de ganho peso por trimestre, que devem ser rigorosamente monitoradas para a boa evolução da gestação.
É fundamental que já na primeira consulta a gestante seja submetida a uma avaliação antropométrica (peso habitual, peso atual e altura) para identificação do estado nutricional.
Ela deve ser prontamente informada pelo seu médico sobre o ganho de peso esperado por período e na gestação total.
Paralelamente, ela deve receber orientação nutricional em relação aos ajustes alimentares e comportamentais necessários para o alcance das metas definidas.
O desenvolvimento ou manutenção da obesidade durante a gestação está associado a riscos para a mãe e para o feto.
Vale ressaltar que mulheres que ganham peso dentro dos limites sugeridos têm menor chance de ter filhos com peso abaixo ou acima do recomendado.
O ganho de peso inadequado leva a complicações durante a gestação e maior risco de manutenção de excesso de peso pós parto, contribuindo para a instalação ou manutenção de sobrepeso e obesidade e todas as patologias associadas: hipertensão, diabetes, alterações de colesterol e doença cardiovascular.
O desenvolvimento de diabetes gestacional é três vezes maior em gestantes obesas do que na população geral, sendo assim, recomenda-se a pesquisa de diabetes gestacional já no primeiro trimestre em gestantes com obesidade prévia.
O quadro regride ao final da gestação, mas vale lembrar que mães que desenvolveram diabetes gestacional possuem risco dobrado de desenvolver a doença no futuro, comparada com mães magras que tiveram o quadro durante a gestação.
O ganho de peso gestacional excessivo também está ligado a maior risco de infecções urinárias durante a gestação, trabalho de parto prolongado, pré-eclâmpsia, partos pós-termo, maior chance de parto cesárea, períodos de hospitalização mais longos e macrossomia fetal (bebês acima de 3,500 kg).
Hoje já são bem estabelecidas as relações entre ganho de peso excessivo, diabetes gestacional, bebês macrossômicos e maior risco dessas crianças desenvolverem obesidade na vida adulta.
*Vera Regina Mello Dishchekenian
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